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História

-------------------------------2011-----------------------
                   Lenda do Saci-Pererê

Origem da lenda do Saci, características principais, personalidade, histórias e lendas da floresta, folclore nacional, cultura popular do interior do Brasil, cultura afro-brasileira, Dia do Saci

 Saci-pererê: um dos mais populares personagens do folclore brasileiro

   Quem é o saci

O Saci-Pererê é um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro. Possuí até um dia em sua homenagem: 31 de outubro. Provavelmente, surgiu entre povos indígenas da região Sul do Brasil, ainda durante o período colonial (possivelmente no final do século XVIII). Nesta época, era representado por um menino indígena de cor morena e com um rabo, que vivia aprontando travessuras na floresta.

Porém, ao migrar para o norte do país, o mito e o personagem sofreram modificações ao receberem influências da cultura africana. O Saci transformou-se num  jovem negro com apenas uma perna, pois, de acordo com o mito, havia perdido a outra numa luta de capoeira. Passou a ser representado usando um gorro vermelho e um cachimbo, típico da cultura africana. Até os dias atuais ele é representado desta forma.

O comportamento é a marca registrada deste personagem folclórico. Muito divertido e brincalhão, o saci passa todo tempo aprontando travessuras na matas e nas casas. Assusta viajantes, esconde objetos domésticos, emite ruídos, assusta cavalos e bois no pasto etc. Apesar das brincadeiras, não pratica atitudes com o objetivo de prejudicar alguém ou fazer o mal.

Diz o mito que ele se desloca dentro de redemoinhos de vento, e para captura-lo é necessário jogar uma peneira sobre ele. Após o feito, deve-se tirar o gorro e prender o saci dentro de uma garrafa. Somente desta forma ele irá obedecer seu “proprietário”.

Mas, de acordo com o mito, o saci não é voltado apenas para brincadeiras. Ele é um importante conhecedor das ervas da floresta, da fabricação de chás e medicamentos feitos com plantas. Ele controla e guarda os segredos e todos estes conhecimentos. Aqueles que penetram nas florestas em busca destas ervas, devem, de acordo com a mitologia, pedir sua autorização. Caso contrário, se transformará em mais uma vítima de suas travessuras.

A crença neste personagem ainda é muito forte na região interior do Brasil. Em volta das fogueiras, os mais velhos contam suas experiências com o saci aos mais novos. Através da cultura oral, o mito vai se perpetuando. Porém, o personagem chegou aos grandes centros urbanos através da literatura, da televisão e das histórias em quadrinhos.

Quem primeiro retratou o personagem, de forma brilhante na literatura infantil, foi o escritor Monteiro Lobato. Nas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo, o saci aparece constantemente. Ele vive aprontando com os personagens do sítio. A lenda se espalhou por todo o Brasil quando as histórias de Monteiro Lobato ganharam as telas da televisão, transformando-se em seriado, transmitido nas décadas de 1970-80. O saci também aparece em várias momentos das histórias em quadrinhos do personagem Chico Bento, de Maurício de Souza.

   Dia do Saci

Com o objetivo de diminuir a importância da comemoração do Halloween no Brasil, foi criado em caráter nacional, em 2005, o Dia do Saci ( 31 de outubro). Uma forma de valorizar mais o folclore nacional, diminuíndo a influência do cultura norte-americana em nosso país.

   Curiosidade:

- O Saci-Pererê é o mascote do time de futebol Sport Club Internacional de Porto Alegre.

Bibliografia indicada:

- A Lenda do Saci-pererê em Cordel - Coleção Mistura Brasileira
  Autor: Marco Haurélio
  Editora: Paulus
 Temas: Folclore, Cultura Popular, Lendas Brasileiras

- O Saci-pererê - Resultado de um Inquérito
   Autor: Monteiro Lobato
   Editora: Editora Globo
   Temas: Folclore brasileiro, Cultura Popular, Lendas                



      A viagem para a America
Séculos XV-XVIII, Século XIX

1494 – O Tratado de Tordesilhas, acordo assinado por Portugal e Espanha, divide o mundo a partir de um meridiano 370 léguas a oeste do arquipélago de Cabo Verde. Essa linha passa na altura das atuais cidades de Belém (PA) e Laguna (SC). Portugal fica com as terras a leste e a Espanha, com as terras a oeste. Dessa forma, os dois países estabelecem os limites dos territórios descobertos durante a expansão marítima.

1500 – Duas expedições espanholas passam pelo Nordeste brasileiro a caminho da América Central. Não há confirmação de que tenham aportado no território. A primeira, chefiada por Vicente Yañez Pinzón, aproxima-se do Ceará em janeiro; a segunda, chefiada por Diego de Lepe, cruza o litoral entre o Rio Grande do Norte e Pernambuco no mês seguinte.
Pedro Álvares Cabral e sua esquadra chegam ao litoral sul da Bahia em 22 de abril. É o descobrimento do Brasil. O desembarque acontece no dia seguinte, e, em 26 de abril, é celebrada a primeira missa no território encontrado. Até hoje não foram encontrados documentos que permitam saber, com certeza, se a descoberta foi intencional ou acidental. Mas Portugal sabia da existência de terras a oeste desde a chegada de Colombo à América e já havia garantido parte delas pelo Tratado de Tordesilhas. E seus navegadores conheciam bem as correntes marítimas do Atlântico Sul. Com a chegada de Cabral, o país toma posse oficialmente das novas terras.

1501 – Uma frota de três navios é enviada por Portugal para explorar sua nova terra. Américo Vespúcio é um dos integrantes do grupo e faz anotações importantes da viagem. A expedição margeia a costa brasileira do Rio Grande do Norte até a altura de Cananéia (SP) e dá nome aos acidentes geográficos litorâneos. Durante essa viagem Vespúcio constata que a terra descoberta não é uma ilha, e sim parte de um grande continente. A expedição verifica também a abundância de pau-brasil, madeira valorizada na Europa pelo uso na preparação de pigmentos para tingimento de tecidos, pintura em tela e desenho em papel.

Os santos e o litoral do Brasil – Em 1º de novembro, Dia de Todos os Santos para a Igreja Católica, a expedição exploratória atinge uma linda baía que recebe o nome de Baía de Todos os Santos. No primeiro dia de janeiro de 1502, avistam o que imaginam ser a foz de um grande rio, nomeado Rio de Janeiro. No Dia de Reis, 6 de janeiro, batizam Angra dos Reis. Embora não haja consenso entre os historiadores, é provável que os primeiros nomes dados pelos portugueses às localidades brasileiras tenham sido tirados do calendário religioso, com os acidentes geográficos importantes associados ao santo do dia.

1502 – O rei dom Manuel concede a um grupo de comerciantes liderados por Fernão de Noronha o direito de exploração do pau-brasil na terra então chamada de Santa Cruz. No ano seguinte é feita a primeira viagem para a extração da madeira. Os resultados são tão bons que levam à concessão de uma ilha a Fernão de Noronha, em 1504, no arquipélago que ele descobriu e que hoje tem seu nome. É a primeira capitania hereditária brasileira.
A riqueza do pau-brasil – Embora não atraia o mesmo interesse que o comércio com a Índia, o pau-brasil é explorado pelos portugueses com grande lucro e transforma-se na primeira atividade econômica importante da nova terra. As árvores são cortadas por índios em troca de objetos de metal, como facas, machados e anzóis, ou de tecidos, enfeites e espelhos. À medida que a madeira vai escasseando no litoral, torna-se ainda maior a participação indígena na localização e na derrubada do pau-brasil no interior. Há também muito contrabando de toras, feito principalmente por franceses, que não reconhecem os tratados de partilha dos novos territórios.

1530 – Martim Afonso de Souza comanda a primeira expedição de colonização das terras brasileiras. Além de conceder terras para a exploração, ele patrulha a costa para impedir o contrabando de pau-brasil por franceses. Ele instala um engenho de açúcar, e funda São Vicente em 1532, a primeira vila da colônia, no atual estado de São Paulo.
1534 – O rei dom João III cria as capitanias hereditárias, ao dividir a colônia em 14 largas faixas de terra, e as entrega a nobres e fidalgos do reino, os capitães donatários, para explorá-las com recursos próprios e governá-las em nome da Coroa. A capitania de Fernão de Noronha já havia sido doada pelo rei dom Manuel em 1504. Em troca do compromisso com o povoamento, a defesa, a exploração das riquezas naturais e a propagação da fé católica, o rei atribui aos donatários inúmeros direitos e isenções. As capitanias conseguem desenvolvimento pequeno pela falta de verbas ou por desinteresse dos donatários, mas contribuem para manter mais afastados os estrangeiros.

1548 – Nomeado pelo rei dom João III, Tomé de Sousa assume o primeiro governo geral do Brasil. A nova forma de administração permite maior centralização. Isso faz com que muitos donatários e colonos vejam a nomeação do governador como ingerência indevida nas capitanias. Surgem conflitos entre o poder real e o local em questões como escravização indígena, cobrança de taxas e ações militares. Essa forma de governo dura até a vinda da família real para o Brasil, em 1808.
Escravidão indígena e africana – Enquanto os portugueses se limitam a explorar o pau-brasil, conseguem alguma cooperação dos índios, acostumados à derrubada de árvores nas matas. A dificuldade de conseguir mão-de-obra, no entanto, aumenta quando surgem as primeiras plantações. Os colonizadores buscam resolver o problema escravizando os indígenas, sem maiores resultados, já que eles não se adaptam e resistem ao trabalho na lavoura, considerado pela sociedade nativa uma ocupação feminina. Também não estão acostumados a rotinas intensivas, e seu conhecimento da terra facilita as fugas. Como são muito suscetíveis às doenças trazidas pelos europeus, para as quais não têm resistência, morrem em grande número nas constantes epidemias. Assim, no decorrer do século XVI, os escravos africanos, vendidos em escala crescente por traficantes portugueses, vão se tornar a massa trabalhadora mais significativa na economia colonial, especialmente nas ricas regiões produtoras de açúcar do Nordeste.

1549 – É fundada, na Bahia, a cidade de Salvador, por Tomé de Sousa, para servir de sede do governo. O lugar é escolhido tanto em razão da localização marítima protegida como das condições naturais do Recôncavo, favoráveis ao cultivo da cana-de-açúcar.
Junto com Tomé de Souza chegam os primeiros jesuítas da Companhia de Jesus. Chefiados pelo padre Manoel da Nóbrega, dedicam-se à catequese dos indígenas e à educação dos colonos. Entre os séculos XVI e XVIII constroem igrejas e fundam colégios. Na região das bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, como também na Amazônia, eles instalam as missões, aldeamentos onde buscam cristianizar os índios e preservá-los da escravidão.
1553 – Duarte da Costa substitui Tomé de Sousa no governo geral. O segundo governador envolve-se em conflitos entre donatários e jesuítas em torno da escravização indígena. Termina incompatibilizando-se com as autoridades locais e é obrigado a retornar a Portugal em 1557.

1555 – A França não aceita a partilha das terras americanas feita pelo Tratado de Tordesilhas e defende o direito de posse a quem ocupá-las. A primeira invasão francesa do território brasileiro acontece na ilha de Serigipe (atual Villegaignon), na Baía de Guanabara. Os franceses instalam uma comunidade chamada França Antártica, destinada a abrigar protestantes calvinistas fugidos das guerras religiosas na Europa. Sua principal atividade econômica era a troca de mercadorias baratas por pau-brasil, feita com os indígenas da região. Eles constroem um forte e resistem por mais de dez anos aos ataques dos portugueses.

1557 – É nomeado o terceiro governador, Mem de Sá. Com a ajuda dos jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta, ele neutraliza a aliança entre índios tamoios e franceses. Em 1565, junto com o sobrinho Estácio de Sá, expulsa os invasores franceses da Baía de Guanabara. No mesmo ano, em 1º de março, Estácio de Sá funda a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. O desempenho eficiente de Mem de Sá contribui para firmar a posição do governo geral na vida colonial, e ele permanece no posto até a morte, em 1572.
1562 – Tem início na Bahia uma epidemia de varíola mortal para milhares de indígenas da região de Salvador. Muitos dos sobreviventes fogem para o interior, e os colonos portugueses ficam sem mão-de-obra nas plantações.
Escravidão no Brasil

No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos.
O transporte era feito da África para o Brasil nos porões do navios negreiros. Amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao mar.

Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil Colônia.
Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, adotar a língua portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira.

As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de engenho utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia.
No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam tornar-se livres. Porém, as poucas oportunidades e o preconceito da sociedades acabavam fechando as portas para estas pessoas.
O negro também reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Foram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos. Estes, eram comunidades bem organizadas, onde os integrantes viviam em liberdade, através de uma organização comunitária aos moldes do que existia na África. Nos quilombos, podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi.

Os Navios Negreiros

Recebiam o nome de “navios negreiros” ou ainda “navios tumbeiros” aquelas embarcações que, durante praticamente quatro séculos (do XV ao XIX) praticavam o abjeto comércio de escravos humanos originários do continente africano. Comércio lucrativo, trouxe riqueza e poder aos donos de tais embarcações.
O comércio de escravos existe praticamente desde o momento em que o homem deixou de ser nômade para se instalar e praticar a agricultura. Tal estilo de vida provou-se vantajoso, pois a sociedade evoluiria a partir deste conceito. Mas, desde sempre, a atividade agrícola exigiu trabalho rigoroso e dedicado, e quanto mais a comunidade crescia, mais se tornava necessário o emprego de braços para a lavoura, e era nos conflitos que se aprisionava a mão de obra tão necessitada por aquele povo. Com o passar do tempo, os hábitos se refinam, as coletividades vão desenvolvendo novos serviços, e as guerras também aumentam de proporção, aumentando o número, a utilidade e uso comercial do escravo. No Império Romano, por exemplo, eles se disseminavam entre a população, mesmo entre os mais humildes, e faziam todos os tipos de serviço para o próprio dono ou eram alugados. Além da escravidão pela guerra, desenvolveu-se entre gregos e romanos a escravidão por dívidas não pagas. Como muitas outras práticas e conceitos da cultura helenística, os árabes iriam adotar também a prática de negociar a vida humana. Portugal independente, influenciada pelos seus antigos senhores árabes irá herdar a prática e desenvolvê-la como nunca na história após o início de seu empreendimento de descobertas marítimas.

Os portugueses então, em meio às suas descobertas, vão percebendo a lucratividade em potencial de se apresar os povos “incultos” e “bárbaros” do continente africano. Acredita-se que o primeiro lote de escravos foi trazido em 1432 a Portugal pelo navegador Gil Eanes.

Mais uma vez, como haviam feito gregos, romanos e árabes, os europeus ocidentais iriam se utilizar da prática da escravidão como um investimento, que podia ser utilizado diretamente, emprestado, ou servir como mera moeda de troca, entrando até mesmo em testamentos.
Para transportar esta carga preciosa, navios com porões largos foram desenvolvidos, e neles eram literalmente despejados um enorme contingente, que viajaria durante meses em um ambiente fétido, escuro e sem espaço algum para se movimentar. Os navios eram entulhados de gente exatamente pelo fato de, durante a viagem, as condições nulas de higiene e saúde matarem cerca de 20 a 40% da carga humana. Um navio cheio ajudava a repor tal perda.

A trajetória destas embarcações se iniciava em algum porto africano, onde seus comandantes aguardavam pelo embarque da “mercadoria”, que era trazida pelos sócios africanos dos comerciantes de escravos; eram estes africanos que tratavam de buscar no interior do continente e aprisionar os povos que iriam encher os porões do barco. Eram separados propositalmente de suas famílias e membros de seus grupos, para evitar possíveis rebeliões. Iam amontoados e acorrentados, além de terem de fazer suas necessidades próximo onde passavam os dias. O alimento era despejado de cima da embarcação, sendo que a tripulação do navio não se importava se todos recebiam ou não a sua cota, que além disso, era a sobra do que os tripulantes do navio haviam consumido, incluindo até mesmo alimentos deteriorados ou então algo que não fora bem aceito.
Africanos de todas as idades, sexo e origens estavam presentes nestes escuros porôes, e em caso de morte, eram jogados ao mar, quase sempre depois de um tempo considerável, contribuindo para aumentar as terríveis condições de higiene presentes nestes porões.
Assim, os navios negreiros faziam o transporte de seres humanos cativos, que seriam comercializados em outras áreas, em especial no continente americano e na Ásia, fazendo parte de um comércio global.

É no fim do século XVIII e início do século XIX, que conceitos provenientes da fé religiosa, do humanismo (e mais tarde do iluminismo), e mesmo da lógica mercantil foram sendo reunidos como prova da inviabilidade da manutenção de tal comércio, que beneficiava poucos, e impedia muitos de serem iniciados na moderna sociedade que nascia. É então, que percebendo que a eliminação do comércio escravo seria mais lucrativo para a sua indústria nascente que a Grã-Bretanha promove o fim (muitas vezes pela força) do comércio escravo e de seu veículo nefasto, o navio negreiro.
Alguns comerciantes resistiriam ainda por um certo tempo, negando-se a abandonar tão lucrativa empreitada, mas, o tempo encarregou-se de mostrar que o negócio com a vida humana só atraso o avanço e progresso do homem.

Bibliografia:
MACHADO, João Luís de Almeida . Travessia Infernal. Disponível em: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=190 Acesso em: 09 jul. 2011.

SANTOS, Fabrício José dos; LANDIM, Thiago Marques . O tráfico nos Navios Negreiros. Disponível em: http://www.zbi.vilabol.uol.com.br/otrafico.html Acesso em: 09 jul. 2011.

JUNIOR, Antonio Gasparetto . Navios Negreiros. Disponível em: http://www.historiabrasileira.com/escravidao-no-brasil/navios-negreiros/ Acesso em: 09 jul. 2011.




                             Personalidades Negras são :

Zumbi dos Palmares

Zumbi dos Palmares nasceu em 1655, no estado de Alagoas. Ícone da resistência negra à escravidão, liderou o Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas no Brasil Colonial. Localizado na região da Serra da Barriga, atualmente integra o município alagoano de União dos Palmares.
Embora tenha nascido livre, Zumbi foi capturado aos sete anos de idade e entregue a um padre católico, do qual recebeu o batismo e foi nomeado Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre nas celebrações de missas. Porém, aos 15 anos, voltou a viver no quilombo, pelo qual lutou até a morte, em 1695.
Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da luta contra a escravidão, lutou também pela liberdade de culto religioso e pela prática da cultura africana no País. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.




Juliano Moreira

Afro-descendente nascido na capital da Bahia, Juliano Moreira ingressou na Faculdade de Medicina do Estado em 1886, apesar da origem humilde. Um dos pioneiros na psiquiatria brasileira, foi o primeiro professor universitário a citar e incorporar a teoria psicanalítica em suas aulas, além de ter representado o Brasil em congressos internacionais como os de Paris, Berlim, Lisboa e Milão nos anos de 1900.
Moreira contrariou o pensamento racista existente no meio acadêmico de sua época, que atribuia os problemas psicológicos dos brasileiros à miscigenação. À frente do Hospício Nacional dos Alienados do Rio de Janeiro, humanizou o tratamento e acabou com a clausura dos pacientes. Defendeu a idéia de que a origem das doenças mentais se devia a fatores físicos e situacionais, como a falta de higiene e de acesso à educação.
Uma de suas principais lutas foi a reformulação da assistência psiquiátrica pública.
Destacou-se por incentivar a promulgação da primeira lei federal de assistência aos alienados em 1903, ao mesmo tempo em que sugeriu novos formatos institucionais e de tratamento para as doenças mentais. Deve-se a esse grande cientista e gestor afro-brasileiro a criação do Manicômio Judiciário e a aquisição do terreno para construção da Colônia Juliano Moreira.


Lima Barreto

Filho de escravos em um Brasil que lutava para abolir oficialmente a escravidão, Afonso Henriques de Lima Barreto teve oportunidade de boa instrução escolar, vindo a tornar-se jornalista e um dos mais importantes 

escritores e militantes da causa do País. Ainda jovem, aprendeu a trabalhar com tipografia e, em 1902, começou a contribuir para a imprensa brasileira, escrevendo para pequenos veículos de comunicação.
Em jornais de maior circulação, começou a escrever em 1905, destacando-se, especialmente, no jornal 

Correio da Manhã, ao realizar uma série de reportagens sobre a demolição do Morro do Castelo. Posteriormente, passou a colaborar em vários jornais e revistas, sendo considerado um dos maiores críticos contra o regime republicano. Simpático ao anarquismo, passou a militar na imprensa socialista.
Resultado das lembranças do fim do período imperial no Brasil, bem como remotas recordações da Abolição da Escravatura, os livros de Lima Barreto são pincelados com indisfarçáveis traços autobiográficos. Eles começaram a ser publicados em 1909, em Portugal, sendo o primeiro o romance Recordações do escrivão Isaías Caminha. O autor teve publicados 11 livros. Sua obra mais famosa é Triste fim de Policarpo Quaresma. 



Antonieta de Barros

Nascida em 11 de julho de 1901, Antonieta de Barros foi a primeira mulher a integrar a Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Educadora e jornalista atuante, teve que romper muitas barreiras para conquistar espaços que, em seu tempo, eram inusitados para as mulheres – e mais ainda para uma mulher negra.
Deu início às atividades como jornalista na década de 1920, criando e dirigindo em Florianópolis, onde nasceu, o jornal A Semana, mantido até 1927. Na mesma década, dirigiu o periódico Vida Ilhoa, na mesma cidade. Como educadora, fundou o Curso Antonieta de Barros, que dirigiu até a sua morte, em 1952, além de ter lecionado em outros três colégios.
Manteve intercâmbio com a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino e, na primeira eleição em que as mulheres brasileiras puderam votar e receberem votos, filiou-se ao Partido Liberal Catarinense, que a elegeu deputada estadual. Tornou-se, desse modo, a primeira mulher negra a assumir um mandato popular no Brasil, trabalhando em defesa dos diretos da mulher catarinense.



Carolina de Jesus

Filha de negros, Carolina de Jesus nasceu em Sacramento, Estado de Minas Gerais. De família pobre, a intelectual brasileira contou com a proteção de Maria Leite Monteiro de Barros, que patrocinou seus estudos. Célebre intérprete lírica brasileira, Carolina foi também escritora e tem em sua obra um importante referencial para os estudos culturais no Brasil e no mundo.
Por meio de sua escrita de contestação, Carolina revela a importância do testemunho como meio de denúncia sociopolítica de uma cultura hegemônica que exclui. Sua obra mais conhecida é Quarto de despejo, que resgata e delata uma face da vida cultural brasileira no início da modernização da cidade de São Paulo e do surgimento de suas favelas.
Sua obra, que é considerada a literatura das vozes subalternas, inspirou diversas expressões artísticas, como a letra do samba Quarto de despejo, de B. Lobo; o texto em debate no livro Eu te arrespondo, Carolina, de Herculano Neves; a adaptação teatral de Edy Lima e o filme Despertar de um sonho, realizado pela Televisão 
Alemã, utilizando a própria Carolina de Jesus como protagonista.






Mãe Aninha

Filha de africanos, Eugênia Anna Santos, a ialorixá Obá Biyi, nasceu em Salvador. Mais conhecida como Mãe Aninha, ela foi instruída no candomblé do Engenho Velho – a casa de Mãe Nassô –, fundado por volta de 1830 e o primeiro a funcionar regularmente na Bahia. Saiu de lá para formar uma nova casa, o Ilê Axé Opô Afonjá, hoje considerado Patrimônio Histórico Nacional.
Mãe Aninha sempre lutou para fortalecer o culto do candomblé no Brasil, além de garantir condições para o seu livre exercício. Por intermédio do ministro Osvaldo Aranha, que era seu filho de santo, Mãe Aninha provocou a promulgação do Decreto Presidencial nº 1202, no primeiro governo de Getúlio Vargas, pondo fim à proibição aos cultos afro-brasileiros em 1934.
Em sua época, foi uma personalidade importante, muito respeitada e popular, principalmente nos candomblés do Estado da Bahia. Falecida no ano de 1938, a ialorixá Mãe Aninha foi sucedida por Mãe Bada de Oxalá e, posteriormente, por Maria Bibiana do Espírito Santo, Oxum Muiuá, popularmente conhecida como Mãe Senhora de Oxum.

Um comentário:

  1. Olá Marcos Vinicius, Parabéns pelo seu trabalho, de nos trazer personalidades importantes afro-brasileira, mostrando os valores que ficam escondidos pela sociedade que desvaloriza os afrodescendentes.

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